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José Serra: opinião duvidosa de um ator sem credibilidade

14/03/2019

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José Serra repete a mesma tática de outras oportunidades: toda vez que a pauta da legalização dos jogos avança no Congresso Nacional, o senador paulista aproveita os espaços ofertados para destilar suas teses mirabolantes e demonizar a atividade.

Nesta quinta-feira (14), o senador paulista veicula o artigo ‘As tentações do azar’ no O Estado de São Paulo, que sempre se coloca com frequência na vanguarda do atraso e do conservadorismo, quando o tema é a legalização dos jogos.

O senador veiculou sua ultrapassada e equivocada opinião demonizando a atividade nos artigos ‘Uma péssima cartada’ (Estadão – 23.11.17), ‘O jogo errado’ (Folha S.Paulo – 29.03.98) e ‘Sarna pra se coçar’ (Estadão – 29.01.16). Na maioria das vezes, o parlamentar do PSDB segue a mesma cartilha e seus equívocos, imprecisões e preconceitos contra a atividade.

Conceitos do Século passado

Não existe novidade na opinião manifestada por José Serra no artigo desta quinta-feira. O texto ainda usa conceitos do Século passado e várias intepretações convenientes ao senador. Entre os anos de 2005 a 2010, período em que esteve a frente do Executivo municipal e estadual de São Paulo, a veemência manifestada pelo senador no artigo não foi observada na prática no combate efetivo aos bingos, jogo do bicho e máquinas de caça-níqueis. Pode ser que o parlamentar tenha sido enfático no combate apenas ao jogo legal, quando durante sua gestão fechou a Loteria do Estado de São Paulo – LOTESP.

Legalização x fim das Loterias Caixa

Serra insiste na tese que a legalização dos jogos significaria prejuízos para os programas sociais vinculados as Loterias Caixa. O conceito é que a “competição dos caça-níqueis e bingos seria letal para as ações governamentais com recursos das loterias da Caixa” e reduziria a arrecadação das loterias. Interessante é que este não é o verdadeiro problema das Loterias Caixa, mas o senador José Serra insiste nesta tese, mas é incapaz de liderar uma cruzada para melhorar o payout (prêmio) das loterias da União. Só lembra deste argumento para demonizar a legalização dos jogos pelo Congresso Nacional.

Patologia não sustenta o jogo

As fontes usadas pelo senador o induzem ao erro, pois Serra insiste na tese que a receita dos cassinos é extraída de jogadores compulsivos. Com milhares de cassinos, bingos, máquinas e sites de apostas espalhados pelo mundo, a tese do parlamentar nos leva a crer que a humanidade é viciada em jogos. Mas sob o ponto de vista dos operadores, o jogador patológico é problemático e encarado na maioria das vezes como o ‘bêbado num bar’, gera mais problema que ganhos.

Desconhecimento sobre saturação

Falar em saturação do mercado norte-americano de cassinos a partir das falências de Atlantic City mostra total desconhecimento da verdade. Na verdade, os problemas dos cassinos de Atlantic City derivam dos cassinos Mohigan Sun e Foxwood da quase extinta Tribo Pequot.

A duas horas e meia de carro de Manhattan funciona hoje o mais bem-sucedido empreendimento dos índios americanos, o cassino de Foxwoods, construído em 1992 e em constante expansão, foi o primeiro cassino indígena dos Estados Unidos.

Além disso, recentemente foi inaugurado em Maryland o cassino MGM National Harbor com um investimento de US$ 1,4 bilhão. Neste momento, dezenas de cassinos estão em construção nos Estados Unidos, Europa, Macau e Filipinas.

Teses do Século passado

Os atores políticos devem estar em permanente modernização do pensamento e sintonia com a sociedade que representam. Todas as previsões e avaliações equivocadas e catastróficas citadas nos artigos anteriores do senador José Serra podem ser facilmente confrontadas com a democratização da informação pela internet. Além disso, não existe novidade na posição contrária a legalização do senador do PSDB e as as previsões do parlamentar manifestadas no Século passado não se viabilizaram, gerando perda de credibilidade.

Perda de credibilidade

A perda de credibilidade do senador José Serra não advem dos equivocados e ultrapassados conceitos sobre os jogos de azar. O senador paulista deveria estar preocupado em restaurá-la se defendendo das denúncias do ex-presidente da Odebrecht e delator na Operação Lava Jato, Pedro Novis, que afirmou em depoimento à Polícia Federal que o senador José Serra (PSDB-SP) recebeu para si ou solicitou para o partido R$ 52,4 milhões entre 2002 e 2012. O executivo detalhou os valores para os investigadores.

Serra também apareceu na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que relataram ter dado R$ 20 milhões para a campanha presidencial do tucano em 2010, dos quais R$ 7 milhões por meio de caixa dois pagos a empresas indicadas por ele, como a LRC Eventos e a APPM Análises e Pesquisas. O inquérito, porém, foi arquivado pela ministra Rosa Weber em março passado.

Eu desconfio de todos…

Não me canso de repetir…até onde vai a credibilidade destes personagens que vivem demonizando contra o setor de jogos de azar?

Eu desconfio de todos…