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Empresário goiano ameniza depoimento prestado ao Ministério Público Federal.

21/05/2004

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O empresário do ramo lotérico de Goiás Carlos Roberto Martins, que fez fortes denúncias contra Waldomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira no Ministério Público Federal, mudou o tom em depoimento à CPI da Loterj/Rioprevidência, nesta quinta-feira (20/05). Carlos Martins desmentiu as afirmações feitas ao MP e insinuou que os procuradores da República forjaram suas declarações. O deputado Paulo Ramos (PDT) revoltou-se. "O senhor não pode chegar aqui e dizer que os procuradores adulteraram seu depoimento. A sua assinatura está lá no documento", reagiu Paulo Ramos. "Eu não estava acompanhando de advogado e assinei o depoimento sem ler", defendeu-se Carlos Martins.
Para o presidente da CPI, deputado Alessandro Calazans (PV), Carlos Martins pode estar sendo coagido a abrandar as declarações que dera ao MP em fevereiro. "Na época, ele não mediu as palavras. Depois, percebeu o risco que estava correndo com o que falou e agora está mudando o discurso", analisou Calazans. No depoimento ao MP, Carlos Martins denunciou um acordo entre o ex-presidente da Loterj Waldomiro Diniz e o empresário goiano Carlinhos Cachoeira, para afetar os negócios do bicheiro Alejandro Ortiz no estado do Rio. Carlos Martins também envolveu o presidente da Associação dos Bingos do estado do Rio, José Renato Granado, no esquema de instalação de caça-níqueis no Rio de Janeiro. O empresário goiano falou ainda de negociações de propina entre Waldomiro e Cachoeira. À CPI, Carlos Martins não confirmou acusação alguma.
Um ponto do depoimento desta quinta-feira que intrigou os deputados foi a participação do jornalista Mino Pedrosa na investigação do MP. Segundo Carlos Martins, foi o Pedrosa que ligou para ele e o convocou para depor no MP. O depoente contou ainda que Mino Pedrosa estava no MP com o sub-procurador geral da República José Roberto Santoro no dia do depoimento. "Queremos saber por que razão o Mino Pedrosa fez toda essa articulação", disse Calazans, lembrando o jornalista é apontado como responsável pela entrega da fita que compromete Waldomiro Diniz ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Mino Pedrosa será ouvido pela CPI na próxima segunda-feira (24/05), às 11h, em Brasília. A oitiva acontecerá no prédio anexo do Senado Federal, na ala Nilo Coelho, sala 2.
Ascom Alerj