Home Loteria Estados jogam suas fichas em loterias culturais.
< Voltar

Estados jogam suas fichas em loterias culturais.

10/10/2003

Compartilhe

Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin e a secretária Cláudia Costin lançam na segunda-feira a "raspadinha cultural", sistema que poderá carrear até R$ 10 milhões anuais para o setor e criar nova fontes de recursos; já no Rio de Janeiro, a loteria Liga Rio funciona desde quarta-feira e pretende arrecadar R$ 40 milhões por ano, segundo estimativa da Secretaria Estadual de Cultura; a campanha de lançamento tem atores como Carolina Dieckman e Vladimir Brichta.

Depois de mais de três anos de estudos, o governo de São Paulo lança nessa segunda-feira a sua Loteria da Cultura, no sistema "raspadinha". O governo estima que a sua "raspadinha cultural" tenha uma venda de 4 milhões de bilhetes por mês, o que daria uma arrecadação líquida para a cultura de R$ 10,2 milhões por ano (do total arrecadado, 25% será destinado para a Secretaria Estadual de Cultura).

A raspadinha estará à venda nas principais casas lotéricas do Estado na terça-feira, por R$ 1,00, e terá grande campanha de divulgação a partir de quinta-feira, com a participação de estrelas como Regina Duarte, Beatriz Segall, Umberto Magnani, Clarisse Abujamra, Chris Couto, Norton Nascimento, Danton Mello e Eduardo Mancini.O lançamento, na segunda-feira, será feito pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pela secretária da Cultura, Cláudia Costin, às 18h30, no Museu da Imagem e do Som.

A secretária Cláudia Costin considerou que a quantia é "um grande reforço" para o orçamento cultural do Estado. Ela comparou a quantia que a loteria deve gerar, R$ 10 milhões, com o maior valor captado por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Estado – R$ 4 milhões, em 1996. Atualmente, o orçamento anual da secretaria é de R$ 100 milhões. "Não vai ser a secretaria que vai definir para onde vai o dinheiro", ela disse. "Será a Comissão de Programação, que é formada por seis integrantes da secretaria e seis da sociedade civil. É uma comissão deliberativa, suas decisões serão soberanas e eles vão se reunir para decidir onde serão aplicados os recursos."

Cláudia diz que os recursos da loteria serão destinados principalmente aos produtores independentes, de cinema, teatro, artes plásticas e dança. Segundo a secretária, os artistas que participam da campanha de lançamento fizeram todo o material promocional de graça, sem cobrar cachê.
RIO DE JANEIRO – Roberta Pennafort

RIO – O Rio de Janeiro já tem sua loteria cultural, a Liga Rio, que deverá arrecadar R$ 40 milhões por ano, segundo estimativa da Secretaria Estadual de Cultura. Desde quarta-feira, quando começou a ser veiculada a campanha publicitária, apresentada pelos atores Carolina Dieckman e Vladimir Brichta, o telefone 09500123002 e o site www.09500.tv estão recebendo apostas. Cada uma custa R$ 3, valor debitado no cartão de crédito do apostador. O jogo é operado pela Loterj, a Loteria do Estado do Rio. O prêmio mínimo é de R$ 100 mil e 10% do levantado irá para projetos da secretaria (o restante será dividido entre a premiação, as telefônicas, a área social, os cartões de crédito e os operadores).

A área beneficiada na primeira rodada, cujo sorteio está previsto para o dia 2 de novembro, será a de bibliotecas. A secretária Helena Severo planeja recuperá-las, informatizá-las e renovar acervos. O dinheiro também será usado para levar coleções aos dois municípios que ainda não têm biblioteca: Mesquita, na Baixada Fluminense, e Macuco, no interior.

Nas rodadas seguintes, as atenções se voltarão para outros setores que carecem de recursos – o orçamento total da secretaria para este ano foi de R$ 65 milhões diretos e R$ 25 milhões em renúncia fiscal. Receberão investimentos as áreas de patrimônio cultural, museus, teatros, música, dança. O próximo sorteio deverá ser no fim e novembro.

"Utilizar loterias para financiar a cultura é uma tendência mundial. Espero que muita gente faça apostas", torce Helena. Ela lembra que na Itália, a recuperação de monumentos e cidades históricas foi bancada pelos jogos, que, anualmente, rendem 120 milhões de euros ao país. Nos EUA, conta Helena, há os exemplos de universidades como Harvard, Yale e Princeton, que recorrem a fundos que recebem o dinheiro de apostas. Na Inglaterra, grandes instituições culturais também são financiadas dessa forma. "No Brasil, há interesse de outros Estados e também do Ministério da Cultura. O Rio saiu na frente", diz a secretária.
O Estado de São Paulo – Jotabê Medeiros