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Jader Barbalho: O jogo no Brasil

06/12/2017

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O presidente Dutra, atendendo a um pedido de sua mulher, Dona Santinha, proibiu os jogos no Brasil, em 1946. De lá para cá, os jogos caíram na clandestinidade, sem deixar de existir.
O jogo mais popular do Brasil, o Jogo do Bicho, até hoje permanece nas esquinas de todo o país, mesmo que tenha sido severamente perseguido pelas autoridades. Virou um hábito nacional que gera 450 mil subempregos.
Depois o governo legalizou o seu jogo, as loterias. É comum, nos dias de grandes prêmios, ver as lotéricas da Caixa Econômica Federal com filas imensas de gente que aposta na sorte de ver seu sonho realizado. O debate sobre a legalização dos cassinos, e de outros tipos semelhantes de jogos, tornou-se, equivocadamente, uma discussão que passa sempre pela religião, pela política, pelo uso de drogas e pelo mito do vício que leva o jogador a perder tudo. As pesquisas mostram que apenas 3% dos jogadores são patológicos, têm sérios problemas em relação aos jogos. É verdade, e jogadores doentes já existem no Brasil onde o jogo é proibido. E não recebem nenhuma atenção do Estado.
Existe no Senado um Projeto de Lei no qual está previsto que o governo federal deve conceder a autorização para funcionamento dos cassinos, enquanto o jogo do bicho e os bingos passarão a funcionar com a autorização dos Estados e municípios. Sou favorável à legalização dos jogos, por muitas razões: primeiro porque isso pode gerar 600 mil novos empregos, sem contar os empregos da cadeia produtiva do jogo; arrecadar mais 20 bilhões anuais de imposto; fomentar o turismo com a abertura de cassinos em locais vocacionados para a atividade.
Aqui no Pará, por exemplo, temos um litoral fantástico e muitos locais de rara beleza, com praias de rio sensacionais, que esperam por investimentos no turismo. Imagine um cassino no Marajó? Ou em Conceição do Araguaia, Alter do Chão, Salinópolis, Ajuruteua, Marudá e Mosqueiro? Com certeza haveria aumento no PIB e melhora da vida da população com o aumento da atividade turística. Aliás, o Brasil exporta anualmente 200 mil apostadores para os mercados de Las Vegas e outros países da América do Sul, segundo o Instituto Brasileiro do Jogo Legal. No Hotel Conrad, em Punta del Este, no Uruguai, os brasileiros já representam 70% da ocupação e 50% do faturamento do resort. Como senador, apresentei emenda ao Projeto de Lei, na qual proponho que a arrecadação dos impostos seja direcionada à Segurança Pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios. A área da Segurança Pública precisa urgentemente de muito investimento.
Espero que o Brasil possa discutir de forma adulta a questão e regule a atividade para que tenhamos mais uma possibilidade de crescer e sair da crise. O Brasil está ao lado de países com maioria islâmica, nos quais a proibição dos jogos tem natureza estritamente religiosa. Dos 193 países da ONU, apenas 37 proíbem o jogo em seus territórios. Siga-me: Instagram – jaderbarbalho. Twitter – @jader_barbalho. Facebook – Jader Barbalho. Site oficial – jaderbarbalho.com.br.
(*) Jader Barbalho é senador do PMDB do Pará, membro da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal e veiculou o artigo acima no Diário do Pará e no site do parlamentar.