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Operadores dos EUA em risco de perder licenças em Macau com guerra comercial

27/05/2019

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O Governo de Macau deve abrir mais licenças de jogo e abandonar “o esquema das subconcessões”, afirmou Margaret Huang

“A grande questão é: por que razão é que [a China] deseja que os operadores norte-americanos ganhem todo esse dinheiro quando praticamente todos os jogadores vêm da China”, explicou a analista da Bloomberg Intelligence, que acompanha a indústria do jogo em Macau há mais de cinco anos, sublinhando que a guerra comercial “faz com que esse cenário seja ainda mais uma possibilidade”.

Em entrevista à Lusa nos escritórios da Bloomberg Intelligence em Hong Kong, Margaret Huang apontou que Macau tem sido muito lucrativo para os operadores norte-americanos – Wynn, Las Vegas Sands e MGM, porque “muitos milhares de milhões de dólares foram feitos ao longo dos últimos 20 anos”.

Contudo, acrescentou, “a China está a tentar agarrar Macau” ao plano da Grande Baía, uma iniciativa de Pequim para criar uma megametrópole mundial com cerca de 70 milhões de habitantes que junta Macau, Hong Kong e nove cidades da província chinesa de Guangdong.

“Macau será um importante ator para este plano em termos [da indústria] do lazer”, disse a analista.

Questionada sobre o que poderá acontecer quando o Governo de Macau tiver de anunciar os moldes e os requisitos para as novas concessões de jogo, em 2022, Margaret Huang respondeu: “Um dos cenários é [os operadores norte-americanos] serem expulsos todos de uma vez e isso vai abanar muito o mercado, mas, francamente, se isso acontecer, até que ponto é que a China se importaria se ações em bolsa se deslocassem em massa para os Estados Unidos”, interrogou-se a analista.

Outro dos cenários da equipe da Bloomberg Intelligence especializada no jogo em Macau é o aumento do número de licenças (neste momento operam seis operadoras com contratos de concessão e subconcessão): “Isso traria mais competição e diluiria a força dos [três] operadores norte-americanos”, considerou.

Apesar de o Governo já ter anunciado um concurso público para atribuição de novas licenças em 2022, as incógnitas são ainda muitas e por isso há vários cenários em cima da mesa, até porque, segundo a analista, as autoridades do território “têm estado muito caladas”.

O Governo “está a espera para ver o que a China tem para dizer sobre qual será o próximo passo” e “Macau vai estar obviamente em linha com o que a China quiser alcançar”, frisou. (Diário de Notícias – Macau)