03/09/2015
O BNL já tinha adiantado, mas agora ficou ainda mais evidente: a Caixa conseguiu o impossível: unir e mobilizar a rede lotérica.
Os dirigentes estão focados e mobilizados para garantir a sobrevivência de suas lotéricas e estão realizando o ‘bom combate’.
Com certeza o autor da estratégia e o Conselho Diretor (que aprovou a ideia) devem estar arrependidos pela decisão de realizar as 6 mil licitações para turbinar o caixa do banco. O custo político desta iniciativa – ancorada na decisão do Tribunal de Contas da União -, está custando muito caro para a Caixa.
A CEF está enfrentando uma reação além do que os dirigentes do banco imaginavam, pois a rede mobilizou-se juridicamente e politicamente. Os dirigentes lotéricos contrataram um dos principais escritórios de advocacia do país para atuar nos tribunais. Uma liminar obtida pelo Sindicato dos Lotéricos do Mato Grosso do Sul entendeu que a tese dos lotéricos é legitima. Além disso, os empresários aproveitaram que a base política do governo está esfacelada para atuar fortemente no Congresso Nacional. Além de dezenas de audiências com deputados e senadores, três comissões temáticas aprovaram a realização de audiência pública para debater o assunto e os empresários prometem um comparecimento robusto. Além das audiências, os dirigentes estão programando outras ‘ações afirmativas’ durante a expressiva passagem dos empresários pela Capital Federal.
Ao final do imbróglio das licitações, dirigentes e empresários lotéricos saberão o tamanho da força da categoria unida e poderão avançar em outras antigas reinvindicações como melhoria das comissões pagas pela Caixa para realização de serviços financeiros, reequilíbrio econômico-financeiro e a questão da falta de segurança das lojas.
A única certeza neste momento é o título desta nota: ‘a rede lotérica jamais será a mesma’.
Perguntamos
Será que o ganho financeiro da Caixa com as licitações valerá mais que o ônus político com a licitação das 6 mil lotéricas?