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Requião decreta fim do jogo ilegal no Paraná.

11/04/2003

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Dois decretos assinados, nesta quarta-feira (9), pelo governador Roberto Requião revogaram as resoluções que permitiam o funcionamento dos bingos e das vídeo loterias on-line (caça-níqueis) no Estado. A partir desta quinta-feira (10), o Serviço de Loterias do Estado do Paraná (Serlopar) começa a notificar os proprietários das casas de jogos, que devem obedecer aos decretos imediatamente. “Não haverá prazo. Se o Serlopar der algum prazo, estará duvidando da ilegalidade do jogo no Paraná”, afirmou Tadeu Serpa Nunes, diretor-presidente do Serlopar.
“O jogo mantém o canal de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da corrupção pública no Paraná”, disse Requião. Segundo ele, o fim das atividades do jogo no Estado é uma ação conjunta dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, que têm informações que o Paraná tornou-se o maior centro de lavagem de dinheiro da América Latina. “Há, inclusive, a suspeita da conexão das máfias italiana e espanhola com os bingos e as máquinas de caça-níqueis no Paraná”, falou o governador.
A assinatura dos decretos atende a solicitação da procuradora-geral de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, que em janeiro enviou um ofício ao governador solicitando a revogação das resoluções assinadas pelo governo anterior que “omitiam a ilegalidade em que os bingos trabalham”.
Na época, Maria Tereza lembrou dos sucessivos escândalos envolvendo a exploração do jogo no Brasil através das casas de bingo, com o envolvimento crescente de criminosos conhecidos na exploração do jogo e outros crimes, tais como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e sonegação fiscal.
“O recente caso envolvendo os negócios ilegais de João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador Arcanjo”, chefe do crime organizado no Mato Grosso, mostra seu envolvimento com o negócio de máquinas caça-níqueis”, exemplificou a procuradora, ainda no documento enviado ao governador, reforçando que apenas uma “atitude firme do governador Requião poderia impedir que o jogo de azar fosse transformado em uma atividade aparentemente legalizada e benéfica”.
Ilegalidade – Em 2000, a Lei Maguito revogou o dispositivo que regulamentava o funcionamento dos bingos no país e determinou o fechamento de todas as casas que ofereciam a atividade até 31 de dezembro de 2002.
No entanto, a resolução 27, que em agosto do ano passado classificou os bingos como Tribingo Paranaense, e as resoluções 12, 13 e 14, datadas de 14 de novembro de 2001, assinada pelo então secretário de governo, Cid Campello, permitiram que todas as casas de bingo operassem no Estado. Além do Paraná, apenas Santa Catarina e Alagoas ainda permitem a atividade.
As atividades de jogo no Estado deveriam ser controladas pelo Serlopar mas, segundo o procurador do Estado, Luiz Fernando Delazari, não havia estrutura física e pessoal para a fiscalização, o que favorecia a lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Site do Governo do Paraná